Nico foi um grande irmão de alma, de música e um ser humano de extrema generosidade e benevolência. Me vem à mente a beleza de tocar com ele e a forma sublime e fluída com que ele tocava.
Nico me chamou de Porto Algre para tocar com ele em trabalhos incríveis com Michel Legrand, Frank Gambale, Jeff Richman, Luiz Avellar, até me indicar para tocar com João Bosco, com quem toco até hoje. Nesses momentos fiquei diversas vezes na casa do Nico, como seu hóspede e da Rô e esses momentos estão gravados de forma indelével na minha mente e alma.
Nico tocava com a mesma maestria e fluência tanto o baixo acústico como o elétrico. Em uma das turnês do Michel Legrand que fiz com ele, Nico estava sem baixo acústico havia dois anos. Ele simplesmente pediu o contrabaixo de um aluno emprestado no dia da estréia com o Legrand e tocou de uma forma tão sublime e impressionante que extasiou ao Michel Legrand, a mim e a todos os que tiveram a alegria de estarem presentes ouvindo.
A melhor contribuição foi ter sido ele mesmo. Foi ter dado ao mundo a alegria de ter Nico Assumpção pulsando nele. Foi também ter levado o nome da música do Brasil e dos instrumentistas brasileiros ao mundo de uma forma tão bela e de nível tão alto.
Me sinto feliz e honrado de ter tocado com ele e de tê-lo como amigo da minha alma para sempre.